A AEAMESP (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô) agradece a participação de todos os congressistas, bem como a inestimável contribuição dos palestrantes, patrocinadores, expositores, comissão organizadora imprensa e visitantes, para que a 16ª Semana de Tecnologia Metroferroviária e a Metroferr 2010 fossem, mais uma vez, um sucesso.
A 16ª. Semana de Tecnologia Metroferroviária teve como objetivo reunir profissionais, especialistas, dirigentes públicos privados, empresários, consultores e estudantes para apresentar e discutir novas tecnologias, projetos e políticas públicas em prol do desenvolvimento do País e da qualidade de vida dos cidadãos.
Este foi um encontro especial, em razão do transcurso dos 20 Anos da AEAMESP, completados em 14 de setembro, marcado por uma solenidade em que foram homenageados os ex-presidentes da Associação e profissionais e autoridades que contribuíram e têm contribuído com a entidade, o setor metroferroviário e a engenharia e arquitetura nacional.
Com o tema “Trilhos Aproximando Cidades e Pessoas” e tendo por base os três eixos previamente estabelecidos: “trilhonegócio”, “tecnologias” e “políticas públicas”, a 16ª Semana contou com a presença de cerca de 1.950 participantes que tiveram a oportunidade de assistir a 50 sessões de trabalho, 36 das quais destinadas à apresentação de trabalhos técnicos desenvolvidos por profissionais e empresas do setor.
Foram debatidos temas como: gestão de risco, sistemas críticos de segurança, segregação da estrutura, alimentação elétrica e rede aérea, telecomunicações, integração de transporte, desenvolvimento urbano e uso do solo e a questão urbanística no entorno de estações, questões ambientais, desempenho operacional, simulação e cálculo de demanda, recursos de manutenção e otimização da vida útil dos ativos metroferroviários e novas tecnologias, como as portas de plataforma, diversos tipos de material rodante, comunicação de dados, sinalização, entre outros.
Participaram também, com apresentações, os Grupos de Trabalho da Comissão Metroferroviária da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) que contribuíram com temas de interesse para o setor.
Os painéis de debates contaram com a contribuição de técnicos, professores, pesquisadores, especialistas, estudantes e dirigentes públicos e privados, sempre com o envolvimento efetivo dos participantes.
A Semana iniciou com a apresentação de um estudo sobre a Responsabilidade compartilhada pelo Investimento na Expansão Metroferroviária, que se transformará num documento da Associação com o objetivo de fomentar uma maior participação do Governo Federal para investimentos no setor.
Este estudo mostrou que os países com os quais o Brasil concorre no cenário global, por um espaço de liderança no Século 21 – China, Índia e Estados Unidos – têm investimentos em infraestrutura maiores do que os nossos, principalmente em sistemas estruturantes sobre trilhos, e que buscam organizar o transporte, a mobilidade e a acessibilidade em suas principais cidades. Naquelas nações, tais sistemas recebem recursos significativos do poder central, como parte de uma estratégia nacional para ampliar a competitividade das metrópoles e, consequentemente, do país como um todo.
Como propostas da AEAMESP para o transporte público coletivo urbano no Brasil, tivemos: a constituição de um fundo federal específico, com recursos permanentes de diferentes fontes, a redução do “spread” nos financiamentos dos bancos de fomento nacionais para implantação, recuperação ou modernização de redes estruturantes de transporte público urbano. E a necessidade de encontrarmos formas de promover a captura e o investimento no próprio setor, através da quantificação de ganhos obtidos das externalidades monetizáveis – como a mais valia imobiliária – trazidos pela implantação destes sistemas e a redução do consumo de combustíveis.
Também foi proposta a criação de um programa federal para projetos estruturantes de transportes públicos e a incorporação da obrigatoriedade de um projeto alternativo independente, além daquele apresentado pelo promotor, toda vez que houver recursos federais a serem investidos.
Nesta 16ª Semana, presenciou-se discussões de grande importância para o desenvolvimento das cidades. No que diz respeito às macro regiões, ficou clara a necessidade urgente da criação da “autoridade metropolitana de transportes”, em busca de uma melhor mobilidade nas cidades, da otimização dos modos de transporte e da integração das políticas públicas, viabilizando investimentos por meio de recursos públicos e privados, acelerando e qualificando a obtenção de resultados, com custos menores, a curto, médio e longo prazo.
Nestes quatro dias, discutiu-se os diversos modos de transporte, em particular os monotrilhos, que ainda precisam ser mais conhecidos e as demais alternativas de sistemas de média capacidade sobre trilhos; as dúvidas e os cuidados que deverão ser tomados em relação ao Trem de Alta Velocidade entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro – dúvidas como o formato das especificações contidas no edital de licitação e cuidados com as alternativas de engenharia, no que se refere aos métodos construtivos para implantação segura da nova linha.
A logística do transporte de carga sobre trilhos e seu problemas também foi abordada e integração intermodal com as hidrovias.
Reuniu-se também as visões do Governo Federal, da iniciativa privada e de consultores no tema da “Recomposição da Malha Ferroviária Brasileira”. A discussão foi bastante acalorada, mostrando posições antagônicas da agência reguladora federal e dos atuais operadores sobre como deverá ser o novo modelo de concessões, o que indica a necessidade da ampliação do diálogo entre as partes, inclusive os clientes.
Crítico e divertido, o professor Claudionor Rodrigues de Assis demonstrou por meio de alguns equipamentos do seu “experimentário”, novas formas para auxiliar os educadores na construção do conhecimento, de maneira a facilitar o aprendizado, pelas crianças, dos fenômenos físicos e princípios matemáticos que são as matérias básicas para a formação de profissionais nas áreas tecnológicas.
Mais uma vez, foi trazida para discussão a formação de profissionais para o setor metroferroviário, com participação de professores da USP, UFRJ e do IBEC.
Nessa sessão ficou evidenciado um dilema ainda não resolvido: criar na engenharia uma área de competência metroferroviária ou favorecer a formação generalista de engenheiros para serem depois atraídos para o setor e terem uma formação complementar por meio de cursos de especialização?
A Academia defende a formação de “clínicos gerais” dentro dos cursos de engenharia ao invés de fazer com que haja opções de escolha de especializações no programa curricular das universidades. Considera que haverá maior perspectiva para o mercado e os futuros profissionais.
O crescimento na implantação dos trens turísticos e dos trens regionais foi apresentado pela Secretaria dos Transportes Metropolitanos e pela empresa privada Vale. Mostrou-se que existe mercado sustentável para isto e que a população reconhece a importância destes serviços. Outra questão importante a se destacar, no caso da Vale, é que o transporte de cargas e passageiros convivem harmoniosamente nas operações.
Ao final desta 16ª Semana, foram apresentados pelas áreas de planejamento do Metrô-SP (Companhia do Metropolitano de São Paulo) e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), os programas de investimentos para os próximos anos que exigirá dos futuros governantes bastante empenho para se tornarem realidade.
As apresentações autorizadas e os trabalhos técnicos já podem ser acessados através do site do evento https://www.aeamesp.org.br/16semana.
Reiterando os agradecimentos, a AEAMESP, desde já, convida a todos a participarem da 17ª Semana de Tecnologia Metroferroviária e da Metroferr 2011, previstas para o período de 13 a 16 de setembro de 2011, igualmente no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.
Esperamos vê-los novamente em 2011!
José Geraldo Baião
Presidente da AEAMESP
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